Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001 Cromo e Indicadores Internos na Determinação do Consumo de Novilhos Mestiços, Suplementados, a Pasto Edenio Detmann1,2, Mário Fonseca Paulino3,2, Joanis Tilemahos Zervoudakis1,2, Sebastião de Campos Valadares Filho3,2, Ricardo Frederico Euclydes3, Rogério de Paula Lana3, Domingos Sávio de Queiroz4 RESUMO - Avaliaram-se os valores de consumo de matéria seca (CMS) em situação de pastejo, obtidos por intermédio
do cromo, em infusão contínua, na forma de óxido crômico, dosado uma (CR1x) ou duas vezes (CR2x) ao dia, e em sua forma
mordantada (CRMord), aliado aos indicadores internos de digestibilidade: digestibilidade in vitro da MS (DIVMS), MS
indigestível (MSi) e fibra em detergente neutro (FDNi) e fibra em detergente ácido (FDAi) indigestíveis. Foram utilizados
cinco novilhos F1 Limousin x Nelore, fistulados no esôfago e rúmen, suplementados em pastagem de Brachiaria decumbens.
Foi utilizado delineamento em blocos casualizados, segundo um esquema de parcelas sub-subdivididas, sendo os suplementos
considerados parcelas; as metodologias de cromo, subparcelas; e os indicadores, sub-subparcelas. Não foram observados
efeitos de suplemento sobre o CMS. O emprego da metodologia CR1x levou a subestimativas da excreção fecal e CMS (2,11%
PV em MS) sendo inferior às metodologias CR2x e CRMord (3,11 e 2,93% PV), que apresentaram melhores valores de CMS,
não diferiram entre si. Foi observado efeito interativo entre suplemento e indicadores, não sendo encontradas variações nos
valores fornecidos pelo mesmo indicador frente aos diferentes suplementos. A DIVMS, apesar de ter sido o indicador de maior
precisão, apresentou valor médio de 3,16% PV, superestimando o consumo em todos os suplementos. A MSi e FDNi
mostraram-se constantes entre suplementos (2,48 e 2,54% PV), não diferindo entre si, sendo recomendados para estudos com
animais em pastejo. A FDAi mostrou resultados variáveis entre tratamentos, sendo, em média, superior à MSi e FDNi e inferior
Palavras-chave: consumo a pasto, cromo, cromo mordante, indicadores, suplementos
Chromium and Internal Markers in Intake Determination by Crossbred Steers, Supplemented at Pasture ABSTRACT - This experiment aimed to evaluate the dry matter intake (DMI) under grazing, obtained through the chromium,
in continuous infusion of chromic oxide, dosed once (CR1x) or twice (CR2x) daily, and in mordant form (CRMord), together with
the following internal digestibility markers: in vitro dry matter digestibility (IVDMD), indigestible DM (iDM) and indigestible
neutral detergent fiber (iNDF) and acid detergent fiber (iADF). Five F1 Limousin x Nelore steers, fistulated in the esophagus and
rumen and supplemented in pasture of Brachiaria decumbens , were used. A randomized blocks design, in split plit plot outline
was used, in which the supplements were considered as main plot, the methodologies of chromium as split plots and internal markers
as split split plots. Supplement effects were not observed on DMI. The use of CR1x methodology underestimated the fecal excretion
and DMI (DMI of 2.11% of LW) compared to the methodologies CR2x and CRMord (3.11 and 2.93% LW) that presented better
values for DMI, not differing to each other. Interactive effect was observed between supplement and markers, with no differences
in the values supplied by the same marker in the different supplements. The IVDMD, the marker of larger precision, presented
medium value for DMI of 3.16% LW, overestimating the intake of all supplements. The iDM and iNDF were constant among
supplements (2.48 and 2.54% LW of DMI), not differing to each other, being recommended for studies with animals at pasture.
The DMI estimated by iADF showed variable results among supplements; the intakes were, on average, by using iADF (2.72%
LW) higher compared to iDM and iNDF and lower compared to IVDMD.
Key Words: chromium, markers, mordant chromium, pasture intake, supplements
1 Zootecnista, MS, estudante de Doutorado, DZO-UFV. E.mail: [email protected]
4 Zootecnista, DS, Pesquisador EPAMIG. Introdução
Vários problemas têm sido relatados na literatura
com relação ao uso do óxido crômico, como incompleta
O consumo de matéria seca é um dos principais
mixagem com a digesta ruminal (COELHO DA SILVA
determinantes do processo produtivo, sendo que a
et al., 1968), passagem mais rápida pelo rúmen que o
baixa produção de bovinos nos trópicos deve-se, em
material fibroso (VAN SOEST, 1994) e possibilidade de
grande parte, a um consumo deficiente de matéria
acúmulo em alguma parte do trato digestivo (Schneider
seca. No entanto, maiores progressos no entendi-
e Flatt, 1975, citados por PEREIRA et al., 1983).
mento dos fatores básicos que afetam o consumo têm
A metodologia de uso do óxido crômico, deno-
sido impedidos por nossa inabilidade de medi-lo
minada infusão contínua, pressupõe o alcance de um
acuradamente, o que possibilitaria melhor separar as
estado de estaticidade de fluxo, denominado de "steady
influências de animal e dieta e traçar estratégias com
state". Esta concepção acaba se tornando extremamen-
vistas à otimização do processo produtivo.
te teórica, uma vez que grandes variações são observa-
A mensuração do consumo a pasto é complexa e
das no modelo diário de excreção fecal do óxido crômico
não pode ser realizada diretamente, como em
(COELHO DA SILVA et al., 1968; HOPPER et al.,
confinamentos (MINSON, 1990). A técnica dos indi-
1978; e PRIGGE et al., 1981). Em condições de pastejo,
cadores consiste em alternativa para determinação
devido ao comportamento infreqüente de alimentação, o
do consumo de matéria seca (MS) a pasto, a qual tem
"steady state" pode nunca ser atingido, levando à ampli-
sido amplamente empregada e se baseia na obtenção
ação do erro na determinação da excreção fecal
da massa consumida por meio da relação entre a
excreção fecal (EF) e a digestibilidade da dieta.
Recentemente, o Cr tem sido empregado de forma
A determinação da excreção fecal pelo método
ligada à parede celular, complexo denominado Cr-
dos indicadores baseia-se no emprego de uma subs-
mordante (UDÉN et al., 1980; VAN SOEST, 1994),
tância de referência (indicador), a qual, sendo ingerida
cuja técnica de utilização, conhecida como dose pulso,
na dieta, deve ser recuperada totalmente nas fezes
amplamente empregada em estudos de cinética de
(COELHO DA SILVA et al., 1968). Entre os indica-
trânsito, consiste na aplicação de uma única dose e
dores existentes, o óxido crômico tem sido o mais
subseqüente amostragem fecal a tempos definidos, com
amplamente empregado na determinação da excreção
vistas a caracterizar a curva de excreção do indicador
fecal (PRIGGE et al., 1981; ASTIGARRAGA, 1997),
nas fezes (BURNS et al., 1994), posteriormente ajusta-
apresentando as vantagens de ser barato, facilmente
da por meio de modelos matemáticos não-lineares.
incorporado à dieta e analisado com relativa facilidade
A determinação da EF foi posteriormente incor-
(MERCHEN, 1988). O procedimento tradicional de
porada à rotina de utilização, como parâmetro secun-
utilização consiste na aplicação de duas doses diárias,
dário, obtida pela razão entre a dose de indicador e a
de mesmo peso, em intervalos de tempo definidos, comcoletas concomitantes (HOPPER et al. 1978), sendo
área sob a curva de excreção ajustada matematica-
necessário um período de adaptação de 5 a 7 dias,
mente (HOLLEMAN e WHITE, 1989; SUSMELL et
anterior ao início das coletas fecais, a fim de se
al., 1996), a qual pode constituir alternativa para
alcançar um platô de concentração nas fezes (OWENS
determinação da EF a pasto (FRANCE et al., 1988).
e HANSON, 1992). Tanto a acurácia como a precisão
O procedimento de digestibilidade in vitro de dois
desta técnica têm sido demonstradas (PRIGGE et al.,
estádios (DIVMS) (TILLEY e TERRY, 1963), em
1981; PEREIRA et al., 1983), embora em sua grande
estudos comparativos de digestibilidade com forrageiras,
maioria com animais em confinamento.
está bem estabelecido e possui alta precisão, sendo
Ao se trabalhar com animais em pastejo, a cada
amplamente utilizado em estudos de consumo a pasto
fornecimento de indicador, os animais devem ser contidos,
(ASTIGARRAGA, 1997). Contudo, de acordo com
o que amplia o estresse, podendo alterar o comportamento
COCHRAN et al. (1986), este procedimento não simu-
de pastejo, o consumo e, conseqüentemente, a excreção
la as alterações na digestibilidade por efeito associativo,
fecal (BURNS et al., 1994). Assim, a redução na aplicação
nível de consumo e taxa de passagem, observadas in
de óxido crômico, para uma dosagem diária, pode resultar
vivo. Assim, a técnica in vitro não seria considerada
em menores níveis de interferência no comportamento de
adequada para ser utilizada como indicador de
pastejo animal, gerando resultados mais exatos, quando
digestibilidade na determinação do consumo a pasto.
comparados aos reais, sem interferência (LANGLANDS
A digestibilidade da forragem sob pastejo pode
et al., 1963; OWENS e HANSON, 1992).
ser estimada a partir do conteúdo de constituintes
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
Cromo e Indicadores Internos na Determinação do Consumo de Novilhos Mestiços.
indigestíveis, também chamados indicadores inter-
decumbens, foi dividida em cinco piquetes de 1,07 hecta-
nos, naturalmente presentes no pasto e nas fezes.
res, providos de bebedouro e comedouro coberto.
Este método se baseia no fato de que, à medida que
Foram utilizados cinco bovinos F1 Limousin x
o alimento transita pelo trato gastrointestinal, a con-
Nelore, castrados, com idade e peso médios iniciais
centração do indicador aumenta progressivamente
de 22 meses e 396 kg, fistulados no esôfago e rúmen.
pela remoção de outros componentes, por digestão e
O experimento constou de três períodos experimen-
tais de 31 dias, sendo os sete primeiros de adaptação,
Entre os indicadores existentes, a fibra indigestível,
conduzidos durante a parte central do período chuvoso.
tanto em detergente neutro (FDNi) como em deter-
Ao início de cada período experimental, os animais foram
gente ácido (FDAi), obtida após 144 horas de incuba-
sorteados, com relação aos suplementos e piquetes.
ção in vitro ou in situ, as quais foram recentemente
Foram fornecidos os seguintes suplementos:
validadas em animais estabulados (BERCHIELLI et
S.1 - controle, sem suplementação (SAL);
al., 1996), podem ser empregadas em estudos com
S.2 - suplemento constituído de milho e farelo de
animais em pastejo (PENNING e JOHNSON, 1983;
soja, fornecido no nível de 1 kg/dia (MS1);
COCHRAN et al., 1986; e LIPPKE et al., 1986).
S.3 - suplemento constituído de milho e farelo de
Ao utilizarem os indicadores FDNi e FDAi em
soja, fornecido no nível de 2 kg/dia (MS2);
ensaios de digestibilidade, em carneiros submetidos a
S.4 - suplemento constituído de farelo de trigo e farelo
diferentes dietas, KRYSL et al. (1988) obtiveram resul-
de soja, fornecido no nível de 1 kg/dia (TS1);
tados variáveis, incluindo diferenças não-significativas
S.5 - suplemento constituído de farelo de trigo e farelo
e resultados subestimados, em função da dieta ofereci-
de soja, fornecido no nível de 2 kg/dia (TS2).
da, quando comparados ao controle in vivo. Resultados
Todos os suplementos foram balanceados previa-
semelhantes foram obtidos por COCHRAN et al. (1986).
mente, a fim de se atingir o nível de 20% de proteína bruta,
Segundo LIPPKE et al. (1986), boa parte da variabilida-
com base na matéria natural, sendo fornecidos diariamen-
de dos resultados obtidos pode ser atribuída à falta de
te aos animais às 10 h. Os animais em todos os tratamen-
padronização no método de determinação.
tos tiveram acesso irrestrito a água e mistura mineral.
Uma vez que os processos digestivos removem
No primeiro dia de cada período experimental,
quase a totalidade dos compostos solúveis e dos insolú-
procedeu-se à amostragem de massa forrageira da
veis potencialmente digestíveis, levantou-se a hipótese,
pastagem, por meio do corte de cinco áreas delimita-
neste estudo, de que a matéria seca indigestível (MSi)
das por um quadrado metálico de 1x1 m, escolhidas
pode ser indicador interno representativo e preciso na
aleatoriamente dentro de cada piquete, efetuando-se
determinação da digestibilidade, quando determinada
o corte no nível do solo. Após a pesagem, procedeu-
em períodos de incubação semelhantes aos empregados
se à homogeneização das amostras por piquete, da
na determinação da fibra indigestível. Não foram en-
qual se retiraram duas alíquotas compostas, destinan-
contradas referências, na literatura consultada, com
do-se uma para análise de disponibilidade total e outra
relação ao seu emprego como indicador interno.
para determinação do percentual das frações folha
Foram objetivos deste trabalho avaliar os consu-
verde, colmo verde e matéria morta.
mos de MS, obtidos com o uso de cromo, em infusão
Para avaliação da dieta ingerida pelo animal,
contínua, na forma de óxido crômico, aplicado uma ou
realizou-se, no terceiro dia de cada período experi-
duas vezes ao dia, e em sua forma mordantada, aliado
mental, às 7 h, a coleta de extrusa, empregando-se
a quatro indicadores internos de digestibilidade
bolsas de fundo telado. De cada amostra de extrusa,
retirou-se uma alíquota para produção do Cr-mordante.
Dentro de cada período, foram realizadas três ava-
Material e Métodos
liações de excreção fecal, conforme as metodologias:M.1 - óxido crômico, em infusão contínua, dosado
O presente trabalho foi realizado na Fazenda Expe-
rimental de Felixlândia, em Felixlândia-MG, da Empresa
M.2 - óxido crômico, em infusão contínua, dosado
de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG),
no período de dezembro de 1997 a março de 1998.
M.3 - cromo mordante em dose única (CRMord).
A área experimental, com 5,35 hectares e topografia
A partir do primeiro dia de cada período experi-
plana, coberta uniformemente com a gramínea Brachiaria
mental, os animais receberam uma dose diária de 20 g
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
de óxido crômico, acondicionado em cartucho de
Após o ajustamento da curva de excreção do
papel, diretamente no rúmen, por intermédio da fístula
indicador, procedeu-se à determinação da excreção
ruminal, às 13 h. Este procedimento continuou duran-
fecal, adaptando-se a equação descrita por
te os sete dias de adaptação do período, quando, a
partir do oitavo até o décimo terceiro dia, foram
limites inferior e superior para integração da função
realizadas coletas de fezes concomitantes à aplica-
t=TT e t=300 horas, respectivamente. O valor final
foi multiplicado por 24, para o estabelecimento de
A partir do décimo terceiro dia do período experi-
mental, a mesma dose de óxido crômico foi fracionada
em duas parcelas diárias, de 10 g, fornecidas às 8 e 17 h
durante cinco dias, a partir do qual foram realizadas,
concomitantemente, as coletas de fezes por mais cinco
dias, semelhantemente ao procedimento anterior.
em que: F = excreção fecal (kg/h); D = dose de cromo
Em todos os procedimentos, os animais foram
∫300 Ct . dt = integral da equação ajustada
conduzidos ao curral e contidos, para que se proce-
para concentração do indicador nas fezes, em função
A fibra mordantada foi produzida adaptando-se
Para cada valor de excreção fecal, foram obtidos
os procedimentos de ÚDEN et al. (1980), sendo
quatro diferentes estimativas de consumo diário de
acondicionada em cartuchos de papel, contendo 100 g,
matéria seca, utilizando-se os seguintes indicadores
e fornecida diretamente no rúmen a cada animal no
26o dia do período experimental, às 8 h. As amostras
I.1 - digestibilidade in vitro da matéria seca
de fezes foram coletadas nos tempos 0, 6, 9, 12, 15,
18, 21, 24, 27, 30, 33, 36, 42, 48, 54, 60, 72, 84, 96, 108,
I.3 - fibra em detergente neutro indigestível (FDNi);
As amostras de forragem, extrusa e fezes foram
I.4 - fibra em detergente ácido indigestível (FDAi).
identificadas e congeladas a -20ºC, sendo posterior-
Para obtenção da DIVMS, submeteu-se a extrusa e
mente analisadas quanto ao teor de MS. As amostras
os suplementos ao procedimento de digestibilidade in
de fezes, fibra mordantada e óxido crômico foram
vitro de dois estádios, proposto por TILLEY e TERRY
(1963). O consumo de matéria seca obtido pela equação:
espectrofotômetro de absorção atômica, conforme
CMS (kg/dia) = [(EF-EFS)/(1-DIVMS)] + CMSS
metodologia descrita por WILLIANS et al. (1962).
em que: CMS = consumo de matéria seca; CMSS =
As amostras fecais, obtidas nas metodologias de
consumo de matéria seca de suplemento (kg/dia);
aplicação de óxido crômico, após secas e moídas,
DIVMS = digestibilidade in vitro da matéria seca;
foram compostas proporcionalmente, com base no
EF = excreção fecal diária (kg/dia); e EFS = contribuição
peso seco ao ar, por tratamento e período, sendo,
de massa fecal do suplemento (kg/dia).
então, submetidas à dosagem do teor de cromo. O
Para as estimativas de consumo, a partir da MSi,
valor de excreção fecal foi obtido conforme descrito
FDNi e FDAi, adotou-se procedimento único,
seqüencial, adaptando-se as técnicas descritas porPENNING e JOHNSON (1983) e COCHRAN et al.
Excreção fecal (g/dia) = Óxido crômico fornecido (g/dia)
(1986), com base em digestibilidade in situ, por 144
Concentração óxido crômico nas fezes
horas, sendo o consumo de MS dado pela equação:
CMS (kg/dia) = {[(EFxCIF)-IS]/CIFO} + CMSS
As amostras fecais obtidas a partir das coletas da
em que: CIF = concentração do indicador nas fezes;
metodologia do Cr-mordante foram analisadas indivi-
CIFO = concentração do indicador na forragem;
dualmente quanto ao teor de cromo. A curva de
CMSS = consumo de matéria seca de suplemento
excreção do indicador foi ajustada matematicamente,
(kg/dia); EF = excreção fecal (kg/dia); e IS = indica-
por intermédio do procedimento Gauss-Newton do
dor presente no suplemento (kg/dia).
programa SAEG, versão 7.1, utilizando-se o modelo
Ao se relacionar o consumo ao peso vivo dos animais,
não-linear bicompartimental tempo-independente
utilizou-se como referência o peso médio do período.
descrito por GROVUM e WILLIANS (1973).
O experimento base foi conduzido em delinea-
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
Cromo e Indicadores Internos na Determinação do Consumo de Novilhos Mestiços.
mento em blocos casualizados, sendo os suplementos
de utilização do cromo, para estimação da excreção
analisados como efeito principal e os períodos expe-
fecal, são demonstrados na Tabela 2. O óxido crômico
aplicado uma vez ao dia (CR1x) apresentou valores
Para análise do valor de excreção fecal, adotou-se
de excreção fecal inferiores (P<0,05) aos obtidos
esquema de subdivisão de parcelas em função da
pela aplicação duas vezes ao dia (CR2x) e em forma
metodologia de determinação. A análise do consumo
mordantada (CRMord), as quais não diferiram entre
de MS foi realizada pelo esquema de parcelas sub-
si (P>0,05). Não foram observados efeitos interativos
subdivididas, sendo as metodologias de cromo conside-
entre suplemento e metodologia (P>0,05).
radas como subparcelas e os indicadores internos de
Os resultados obtidos pelas metodologias com infu-
digestibilidade como subsubparcelas. Para realização
são contínua foram mais precisos, uma vez que os
das comparações entre médias, adotou-se o teste de
indicativos de dispersão (CV e EPM), demonstrados na
Newman Keulls, sendo que todas as análises foram
Tabela 2, foram inferiores aos obtidos com a dose pulso,
realizadas por intermédio do programa SAEG, versão
sendo concordantes com as afirmativas de HATFIELD
7.1, adotando-se o nível de significância de 5%.
et al. (1990), que, ao compararem a excreção fecal denovilhos em pastejo, concluíram que as estimativas
Resultados e Discussão
obtidas tanto por infusão contínua de itérbio (Yb), comopela sua forma mordantada com dose única, não diferi-
Os valores de disponibilidade de matéria seca total,
ram da coleta total, sendo que a forma mordantada
matéria seca de folhas verdes e matéria seca verde
apresentou maior exatidão, em detrimento da melhor
total são expressos na Tabela 1. Os valores para MS
total encontram-se acima do limite de 2000 kg de MS
Na análise das estimativas de consumo, de forma
por hectare, descrito por MINSON (1990), como
semelhante aos resultados para os valores de excreção
mínimo para não restringir o consumo a pasto, e
fecal, não foram obtidos efeitos de suplemento e
superiores aos 4662 e 1108 kg por hectare de MS e
interações suplemento x metodologia e metodologia x
MSV, respectivamente, citados por EUCLIDES et al.
indicador (P>0,05), sendo, no entanto encontradas
(1992), ao analisarem pastagem de Brachiaria
diferenças significativas entre metodologias de aplica-
decumbens, como não-limitantes à seleção. Infere-se,
ção. Os resultados mostrados na Tabela 3 foram
portanto, que a disponibilidade da massa forrageira
expressos como consumo de matéria seca em porcen-
possibilitou pastejo irrestrito e não ofereceu entraves à
tagem do peso vivo, a fim de eliminar possíveis efeitos
capacidade seletiva dos animais em todos os períodos
de diferenças de peso entre animais. O óxido crômico
experimentais, gerando, conseqüentemente, a possibi-
aplicado uma vez ao dia (CR1x) apresentou valores de
lidade de maximização do consumo de matéria seca.
consumo inferiores (P<0,05) aos obtidos pela aplica-
Os resultados obtidos para as diferentes formas
ção duas vezes ao dia (CR2x) e em forma mordantada
Tabela 1 - Médias e coeficientes de variação (CV%) para
Tabela 2 - Médias, coeficientes de variação (CV%) e erros-
disponibilidade de matéria seca total (MST) (kg/
padrão da média (EPM) da excreção fecal (EF),
ha), disponibilidade de matéria seca de folhas
(MSF) e verde (MSV), em kg/ha, para a pastagem
Mean and coefficient of variation (CV%) for dry matterTable 2 - Means, coefficients of variation (CV%) andavailability (DMA) (kg/ha), dry matter of green leaf (DMGL)standard errors of mean (SEM) for fecal excretionand green dry matter (GDM), in kg/ha, for pasture( F E ) , i n k g D M / d a y , o b t a i n e d b y d i f f e r e n t
Médias, na coluna, seguidas por letras diferentes, são diferentes
(P<0,05) pelo teste Newman Keulls. Means, within a column, followed by different letters are different (P<.05) byRev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
(CRMord), as quais não diferiram entre si (P>0,05).
animal deve seguir; eventualmente, o animal organiza
Segundo FORBES (1995), entre os fatores que
seu comportamento através de experiência e aprendi-
afetam diretamente a digestibilidade de um alimento
zado. Nos casos em que o estímulo ocorre constante e
destaca-se, como de maior importância, o nível de
repetidamente, tem-se a ocorrência de um fenômeno
consumo do animal. Esta relação obedece um padrão
chamado habituação, no qual o animal torna-se habitu-
inversamente proporcional, ou seja, quanto menor o
ado a esse estímulo, reduzindo-se o nível de interferên-
nível de consumo, maior a digestibilidade do alimento,
cia negativo sobre seu comportamento, uma vez cons-
evento que envolve fenômenos como a redução da
tatada a ausência de injúrias, passando a adquirir novo
taxa de passagem ruminal (MERCHEN, 1988).
padrão comportamental (CURTIS, 1983).
Conforme afirmações de LANGLANDS et al.
De um ponto de vista etológico, o constante
(1963) e BURNS et al. (1994), quanto maior a interfe-
manejo de contenção imposto aos animais pode levá-
rência sobre o comportamento de pastejo do animal -
los à habituação ao processo experimental, de forma
representada neste caso pelas contenções para aplica-
que o nível de interferência observado em um período
ção de indicador e coletas fecais -, menor o consumo
prévio seja gradativamente reduzido. Assim, a utiliza-
e, conseqüentemente, a excreção fecal. Com base nas
ção de animais treinados ou habituados, como os
afirmativas anteriores, tecendo-se um raciocínio lógi-
empregados neste estudo, faz-se condição essencial
co, esperar-se-iam maiores valores de excreção fecal
para a condução de processo avaliativo de consumo
com a metodologia CR1x, uma vez que induz menor
e digestão sob pastejo, fazendo com que o número de
estresse/distúrbio sobre o comportamento animal, o
contenções diárias perca quantitativamente sua im-
portância como variável de interferência sobre o nível
digestibilidade da dieta ingerida. No entanto, os resul-
tados levam a inferências contrárias a esta suposição.
A curva de excreção do óxido crômico possui
Analogamente, ao compararem-se as metodologias
comportamento cíclico simétrico, com um ponto de
CR2x e CRMord, esperar-se-iam diferenças significa-
máximo e um de mínimo valor de concentração fecal,
tivas para os valores de consumo e excreção, uma vez
cujo comprimento para total ciclização está próximo
que o nível de interferência distingui-se marcadamente
a 24 horas (HOPPER et al., 1978), seguindo um
entre essas; resultados também não encontrados.
padrão em série temporal estacionária, a qual gira em
O estresse consiste de alguma situação ambiental,
torno de um valor médio, esperado ser equivalente a
natural ou induzida, que provoca uma resposta
100% de recuperação do indicador e do valor real de
adaptativa no animal. Em primeira instância, quando
excreção fecal. Segundo PRIGGE et al. (1981) e
exposto a um estímulo ambiental, o código genético
BURNS et al. (1994), o emprego de duas aplicações
determina qual o modelo de comportamento que o
diárias, conforme realizado em CR2x, leva à reduçãoda amplitude total de variação em torno da média,tornando o perfil de excreção mais estável e próximodo "steady state" desejado (OWENS e HANSON,
Tabela 3 - Médias, coeficientes de variação (CV%) e erros-
padrão da média (EPM) do consumo de matéria
1992). Segundo os perfis de excreção definidos por
seca, em porcentagem do peso vivo (CMSPV),
PRIGGE et al. (1981) e HOPPER et al. (1978) a
obtidas por diferentes metodologias de utilização
adoção de duas coletas diárias faz com que se obte-
do cromo na determinação da excreção fecal(média dos quatro indicadores internos)
nham valores menor e maior que o ponto referente a
Mean, coefficients of variation (CV%) and standard
100% de recuperação, esperando-se que a média
errors of mean (SEM) for dry matter intake, inpercentage of live weight (LWDMI), obtained by
entre estes se projete próximo ao desejado. different methodologies with chromium (mean of four
Por outro lado, o emprego de uma única aplicação
e coleta, como realizado em CR1x, pode levar ao fato
de ser realizada em um ponto afastado do ponto
médio, levando à indução de viés nas estimativas. Em
adição, embora a curva de excreção do indicador
tenha forma definida, não existem garantias de
Médias, na coluna, seguidas por letras diferentes, são diferentes
posicionamento fixo do ponto de interseção entre a
(P<0,05) pelo teste Newman Keulls. Means, within a column, followed by different letters are different (P<.05) by
concentração do indicador e a linha projetada corres-
pondente a 100% de recuperação. Isto pode ser
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
Cromo e Indicadores Internos na Determinação do Consumo de Novilhos Mestiços.
embasado na relação existente entre momento de
trada pode afetar a acurácia das estimativas, devido
dosagem e cinética de trânsito de indicadores, de-
a pequenos erros analíticos atribuídos à dificuldade
monstrada por POND et al. (1989). Adicionalmente,
de análise do indicador na partícula marcada, em
LIMA et al. (1980) levantaram a hipótese de interfe-
função das altas concentrações, que geram a neces-
rência da composição da dieta sobre o fluxo do óxido
crômico pelo trato gastrointestinal.
Em outro enfoque, a técnica CRMord monstra-se
PRIGGE et al. (1981), ao avaliarem a excreção
extremamente laboriosa na aplicação em animais sob
fecal de vacas estabuladas, relataram que a aplica-
pastejo, devido ao elevado número de coletas necessá-
ção de óxido crômico uma vez ao dia, com coleta
rias, principalmente na fase inicial, pós-aplicação do
concomitante, subestimou a excreção fecal dos ani-
indicador. FRANCE et al. (1988) sugeriram que me-
mais, sendo que o emprego de duas aplicações diárias
nor intensidade de coletas deveria ser aplicada em
gerou estimativas semelhantes ao procedimento de
situações de pastejo. DETMANN et al. (2001) avali-
coleta total, corroborando à hipótese levantada neste
aram matematicamente a possibilidade de redução do
trabalho. Estes autores relataram, contudo, que o
número de coletas em animais a pasto e concluíram
procedimento de uma única aplicação se mostrou
que 13 coletas fecais são suficientes para estimação
eficiente quando empregado o cloreto de itérbio como
de parâmetros cinéticos e da excreção fecal, o que
indicador, mostrando a possibilidade de o procedi-
reduz consideravelmente o número de contenções
mento CR1x ser válido com outros compostos.
atualmente empregado, normalmente não inferior a 20.
Dentro do enfoque adotado, infere-se que a apli-
Os resultados apresentados na literatura, com
cação de óxido crômico uma vez ao dia, em infusão
relação ao emprego da dose pulso para determinação
contínua, incorre em risco de tendenciosidade na
da EF, apontam valores satisfatórios (FRANCE et
estimação da excreção fecal, sendo os valores obti-
al., 1988; HOLLEMAN e WHITE, 1989; e SUSMELL
dos com a metodologia tradicionalmente empregada
et al., 1996), embora alguns autores tenham encon-
(CR2x) considerados mais seguros e acurados.
trado grande amplitude de variação (KRYSL et al.,
Experimentalmente, a estimação matemática da
excreção fecal mostra-se vantajosa em relação à
Em suma, infere-se que a estimação da excreção
metodologia tradicional (CR2x), da qual não diferiu
fecal por intermédio de modelos matemáticos em
(P>0,05). Como descrito anteriormente, a infusão con-
ruminantes é viável e constitui procedimento alterna-
tínua exige a necessidade de um período prévio de
tivo às técnicas tradicionais, a qual pode tornar mais
adaptação para a estabilização do perfil nictemeral de
simples os procedimentos experimentais.
excreção do indicador, variando, normalmente, de 5 a 7
Os resultados obtidos com os diferentes indicadores
dias (OWENS e HANSON, 1992), aliado a um período
internos de digestibilidade são expressos na Tabela 4.
médio de coleta de cinco dias. Com o procedimento de
Não se encontrou efeito interativo triplo suplemento
dose pulso, não há necessidade de estabilização de perfil
x metodologia x indicador (P>0,05). Contudo, além
excretório. Em estudos de digestão mais elaborados,
dos efeitos significativos para indicador (P<0,01), foi
esta vantagem torna-se mais evidente, pela possibilida-
observada interação entre suplementos e indicador
de de unir em um único procedimento a estimação de
(P<0,01), sendo, dessa forma, analisados os consu-
parâmetros da cinética de trânsito e da excreção fecal,
mos obtidos com cada indicador entre os suplementos
simplificando os procedimentos experimentais
e os resultados de um mesmo suplemento, obtidos
(DETMANN et al., 2000), reduzindo o tempo total de
com diferentes indicadores. Entretanto, não foram
experimentação e o número de análises laboratoriais.
encontradas diferenças significativas (P>0,05) entre
Entretanto, algumas limitações são ainda aponta-
as médias de consumo para os diferentes suplemen-
das sobre esta técnica. Em primeiro lugar, o compor-
tamento de alimentação e excreção dos animais
Ao observar os efeitos de cada indicador, dentro
ocorre em tempos discretos, fazendo com que a
de cada um dos tratamentos, constata-se que a DIVMS
suposição de fluxo fecal contínuo, assumida pelo
se mostrou superior aos demais indicadores em todos
emprego da integral, não esteja estritamente correta
os suplementos empregados. ASTIGARRAGA (1997)
(HOLEMAN e WHITE, 1989). Em segundo lugar,
afirmou que o uso da técnica de TILLEY e TERRY
MOORE et al. (1992) apontaram que o requerimento
(1963) pressupõe digestibilidade única para todos os
da mensuração da quantidade de indicador adminis-
animais, desprezando a interação entre nível de consu-
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
Tabela 4 - Médias de consumo de matéria seca (%PV)
do sistema detergente, o que pode levar à redução de
custos e procedimentos laboratoriais.
suplemento (média das três metodologias decromo)
A FDAi demonstrou comportamento variável em
Mean of dry matter intake (%LW) evaluated by
relação aos suplementos fornecidos, sendo, em média,
interaction marker x supplement (mean of three
superior à FDNi e MSi, porém inferior à DIVMS
(P<0,05), paralelamente aos maiores índices de disper-
são entre os indicadores avaliados. Variabilidades
semelhantes foram obtidas por COCHRAM et al.
(1986) e LIPPKE et al. (1988). Contudo, as análises
neste estudo foram conduzidas de forma seqüencial e,
sendo a FDAi obtida no último passo do procedimento,
existe a possibilidade de acúmulo de erro, o que pode
refletir em estimativas inexatas de sua concentração
real. Resultados mais satisfatórios poderão ser obtidos
pela análise direta do FDAi no resíduo incubado por
144 horas, o que é possível, devido à redução nos
componentes da lamela média após a incubação, evi-
tando maiores interferências no processo determinativo.
Médias, na coluna, seguidas por letras minúsculas diferentes, ou nalinha, seguidas por letras maiúsculas diferentes, são diferentes
Ao empregar um componente indigestível, presente
(P<0,05) pelo teste Newman Keulls. Means, within a column, followed by different small letters, or within a row,
no alimento, sua concentração fecal (efeito) é função dos
followed by different capital letters, are different (P<.05) by Newman Keulls test.
diferentes eventos digestivos aos quais a digesta é subme-tida (causas), o que não pode ser observado na DIVMS. Assim, a relação causa/efeito estabelecida é condizente
mo e efeitos interativos da forragem com suplementos
com o ambiente in vivo, gerando maior acurácia
fornecidos. Isto se baseia no fato do não-estabeleci-
determinativa. Dessa forma, embora apresentando maior
mento de relações de causa e efeito entre o indicador
precisão que os demais indicadores (Tabela 4), infere-se
que a DIVMS se mostra inadequada para aplicação em
HOLECHEK et al. (1986), ao avaliarem o consumo
estudos de consumo e digestão com animais em pastejo,
de nove forrageiras em novilhos, concluíram que em
sendo recomendado o uso de resíduos indigestíveis,
seis espécies o consumo não foi estimado correta-
notadamente MSi ou FDNi, como indicadores internos
mente, o que foi atribuído por esses autores à ineficá-
para estimação indireta da digestibilidade da dieta.
cia da DIVMS. Em adição, SOARES et al. (1999), aoavaliarem o consumo de vacas estabuladas por inter-
Conclusões
médio da aplicação de óxido crômico e do emprego daDIVMS, afirmaram que houve superestimação do
A aplicação de óxido crômico uma vez ao dia, às
consumo, quando comparado aos valores obtidos por
13 h, subestima os valores de excreção fecal e,
conseqüentemente, do consumo de animais a pasto,
Observa-se que a FDNi apresentou comporta-
sendo recomendado o emprego de duas aplicações/
mento similar em termos de resultados dentro dos
coletas diárias, às 8 e 17 h. Ressalta-se que o emprego
tratamentos, comprovando a afirmação de LIPPKE et
de animais treinados ao manejo experimental é con-
al. (1986) sobre sua utilidade como indicador interno.
dição essencial para condução de experimentos desta
Os resultados obtidos não são condizentes com os
natureza, objetivando-se menor nível de interferência
obtidos por ALMEIDA (1998), que não encontrou
diferenças entre a DIVMS e FDNi, ao determinar o
A estimação da excreção fecal por intermédio de
consumo de novilhos em pastejo, sendo, portanto, os
modelos matemáticos é viável na experimentação com
valores da DIVMS superiores aos da FDNi.
animais em pastejo, apresentando estimativas semelhan-
A MSi apresentou comportamento semelhante
tes à infusão contínua de óxido crômico com duas aplica-
ao FDNi, incluindo indicadores de dispersão seme-
ções diárias, mostrando a vantagem da obtenção
lhantes (Tabela 4). Assim, ao optar por seu uso, pode-se
concomitante de parâmetros da cinética de trânsito
contar com a vantagem de não necessitar de análises
gastrointestinal, o que pode simplificar os procedimentos
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
Cromo e Indicadores Internos na Determinação do Consumo de Novilhos Mestiços.
experimentais em estudos de digestão mais elaborados.
from the changes in concentration of markers in faeces.
A digestibilidade in vitro, amplamente utilizada em
HATIFIELD, P.G., CLANTON, D.C., SANSON, D.W. et al.
estudos semelhantes, leva à superestimação do consu-
1990. Methods of administering ytterbium for estimation of
mo a pasto, por intermédio da falta de estabelecimento
fecal output. J. Range Man., 43(4):316-320.
de relações causa:efeito entre o alimento e o trato
HOLECHEK, J.L., WOFFORD, H., ARTHUN, D. et al. 1986.
gastrointestinal. Os indicadores internos de digestibilidade
Evaluation of total fecal collection for measuring cattle forage
MSi e FDNi constituem a melhor alternativa para
intake. J. Range Manag., 39(1):2-4.
HOLLEMAN, D.F., WHITE, R.G. 1989. Determination of
determinação indireta da digestibilidade da dieta e do
digesta fill and passage rate from nonabsorbed particulate
consumo de matéria seca em animais sob pastejo.
phase markers using the single dose method. Can. J. Zool.,67(2):488-494. Referências Bibliográficas
HOPPER, J.T., HOLLOWAY, J.W., BUTTS JR., W.T. 1978.
Animal variation in chromiun sesquioxide excretion patternsof grazing cows. J. Anim. Sci., 46(4):1098-1102.
ASTIGARRAGA, L. Técnicas para la medición del consumo de
KRYSL, L.J., GALYEAN, M.L., ESTELL, R.E. et al. 1988.
rumiantes en pastoreo. In: SIMPÓSIO SOBRE AVALIA-
Estimating digestibility and faecal output in lambs using
ÇÃO DE PASTAGENS COM ANIMAIS, 1997, Maringá.
internal and external markers. J. Agr. Sci., 111(1):19-25. Anais. Maringá: UEM, 1997. p.1-23.
LANGLANDS, J.P., CORBETT, J.L., McDONALD, I. et al.
ALMEIDA, M.S. Cinética ruminal e consumo voluntário de pasto
1963. Estimation of the faeces output of grazing animals from
por bovinos mantidos em pastagem natural na Zona da Mata,
the concentration of chromium sesquioxide in a sample of
Viçosa - MG. Viçosa, MG: UFV, 1998, 97p. Tese (Doutorado
faeces. 1. Comparison of estimates from samples taked a
em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 1998.
fixed times of day with faeces outputs measured directly.
BERCHIELLI, T.T., MAURO, F.R.C., FURLAN, C.L. et al. Brit. J. Nutr., 17(2):211-218.
Avaliação de indicadores internos para determinação da
LIMA, M.A., VIANA, J.A.C., RODRIGUES, N.M. et al. 1980. O
digestibilidade da matéria seca. In: REUNIÃO ANUAL DA
uso do óxido crômicopara estimar a excreção fecal de novilhos
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 33, 1996,
zebu em pastejo. R. Soc. Bras. Zootec., 9(2):188-202.
Fortaleza. Anais. Fortaleza: SBZ, 1996. v.3, p.44-45.
LIPPKE, H., ELLIS, W.C., JACOBS, B.F. 1986. Recovery of
BURNS, J.C., POND, K.R., FISHER, D.S. 1994. Measurement
indigestible fiber from feces of sheep and cattle on forage
of forage intake. In: FAHEY JR., G.C. (Ed.) Forage quality,
diets. J. Dairy Sci., 69(2):403-412. evaluation, and utilization. Winsconsin: American Society of
MERCHEN, N.R. 1988. Digestion, absorption and excretion in
ruminants. In: CHURCH, D.C. (Ed.) The ruminant animal:
COCHRAN, R.C., ADAMS, D.C., WALLACE, J.D. et al. 1986. digestive physiology and nutrition. New Jersey: Prentice
Predicting digestibility of different diets with internal
markers: Evaluation of four potential markers. J. Anim.
MINSON, D.J. 1990. Forage in ruminant nutrition. San Diego:
COELHO DA SILVA, J.F., CAMPOS, J., CONRAD, J.H. 1968.
MOORE, J.A., POND, K.R., POORE, M.H. et al. 1992. Influence
Uso do óxido crômico na determinação da digestibilidade.
of model and marker on digesta kinetic estimate for sheep. J. Anim. Sci., 70(11):3528-3540.
CURTIS, S.E. 1983. Environmental management in animal
OWENS, F.N., HANSON, C.F. 1992. External and internal
agriculture. Iowa: Iowa University Press. 410p.
markers for appraising site and extent of digestion in ruminants.
DETMANN, E., PAULINO, M.F., ZERVOUDAKIS, J.T. et al. J. Dairy Sci., 75(9):2605-2617.
Estimação da excreção fecal por intermédio de modelos mate-
PENNING, P.D., JOHNSON, R.H. 1983. The use of internal
máticos em novilhos mestiços, suplementados, a pasto. In:
markers to estimate herbage digestibility and intake. 2.
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
Indigestible acid detergent fiber. J. Agric. Sci., 100(1):133-138.
ZOOTECNIA, 37, Viçosa. Anais. Viçosa: SBZ, 2000. p.437.
PEREIRA, J.C, GARCIA, J.A., COELHO DA SILVA, J.F. et al.
DETMANN, E., CECON, P.R., PAULINO, M.F. et al. 2001.
1983. Estudos de digestão em bovinos fistulados, alimenta-
Estimação de parâmetros da cinética de trânsito de partículas
dos com rações tratadas com formaldeído e contendo óleo. II.
em bovinos sob pastejo por diferentes seqüências amostrais.
Métodos para estimativa da excreção de matéria seca fecal. R.Rev. bras. zootec.,30(1):220-230. Soc. Bras. Zootec., 12(3):429-439.
EUCLIDES, V.P.B., MACEDO, M.C.M., OLIVEIRA, M.P.
POND, K.R., ELLIS, W.C., MATIS, J.H. et al. 1989. Passage of
1992. Avaliação de diferentes métodos de amostragem (parase estimar o valor nutritivo de forragens) sob pastejo. R. Soc.
chromium-mordanted and rare earth-labeled fiber: time of
Bras. Zootec., 21(2):691-702.
dosing kinetics. J. Anim. Sci., 67(4):1020-1028.
FORBES, J.M. 1995. Voluntary food intake and diet selection in
PRIGGE, E.C., VARGA, G.A., VICINI, J.L. et al. 1981. farm animals. Wallingford: CAB International. 532p.
Comparison of ytterbium chloride and chromium sesquioxide
FRANCE, J., DHANOA, M.S., SIDDONS, R.C. et al. 1988.
as fecal indicators. J. Anim. Sci., 53(6):1629-1633.
Estimating the fecal producing by ruminants from faecal
SMITH, A.M., REID, J.T. 1955. Use of chromic oxide as an
marker concentration curves. J. Theor. Biol., 135(2):383-391.
indicator of fecal output for the purpose of determining the
GROVUM, W.L., WILLIANS, V.J. 1973. Rate of passage of
intake of a pasture herbage by grazing cows. J. Dairy Sci.,
digesta in sheep. 4. Passage of marker through the alimentary
tract and the biological relevance of rate-constants derived
SOARES, J.P.G., AROEIRA, L.J.M., DERESZ, F. et al. Avaliação
Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
do consumo de vacas em lactação, medido em sistema “calan-
VAN SOEST, P.J. 1994. Nutritional ecology of the ruminant.
gates” e estimado pelo óxido crômico. In: REUNIÃO ANUAL
2ed. Ithaca: Cornell University Press. 476p.
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36, 1999,
WILLIANS, C.H., DAVID, D.J., IISMA, O. 1962. The
Porto Alegre. Anais. Porto Alegre: SBZ, 1999. p.275.
determination of chromic oxide in faeces samples by atomic
SUSMEL, P., STEFANON, B., SPANGHERO, M. et al. 1996.
absorption spectrophotometry. J. Agric. Sci., 59(3):381-385.
Ability of mathematical models to predict faecal output with apulse dose of indigestible marker. Brit. J. Nut., 75(4):521-532.
TILLEY, J.M.A., TERRY, R.A. 1963. A two-stage technique for
the in vitro digestion of forage crops. J. Br. Grassl. Soc.,18(2):104-111.
UD ÉN, P., COLUCCI, P.E, VAN SOEST, P.J. 1980. Investigation
Recebido em: 19/01/01
of chromium, cerium and cobalt as markers in digesta. Rate ofpassage studies. J. Sci. Food Agric., 31(7):625-632. Aceito em: 17/04/01 Rev. bras. zootec., 30(5):1600-1609, 2001
MEDICAL HISTORY QUESTIONNAIRE Name: ______________________________________________________ Age: ______________________ Chief Complaint: ___________________________________________________________________________________ FAMILY HISTORY: Give age if living or age and cause of death. Father _____________________________________ Mother _________________________________ Siblings ___
Trapped in a falling storm of nothingness. I can't seem to find my way up and out. No one is looking for me, no one is seeing me. I am alone. I am forgotten. Gasping for air, my eyes open up and I realize it was just the same dream. The same dream that I have been having for months now. It interrupts my sleep, consumes my life, has ruined everything I have built up around me. Rolling over I hear a