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* Trabalho realizado na Disciplina de Medicina de Urgência do Departamento de
Medicina da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina -
Rua Pedro de Toledo, 920 - CEP 04039-002 - Vila Clementino - São Paulo - SP
- Brasil - TELEFAX : 573-7180 e 576-4302
** Prof. Titular e Chefe da Disciplina de Medicina de Urgência do Departamento
de Medicina da Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de
*** Médico Assistente da Disciplina de Medicina de Urgência do Departamento
de Medicina e Mestre em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo -
A insuficiência cardíaca é uma síndrome classicamente conceituada
como uma incapacidade do coração em manter o débito cardíaco necessário a
uma perfusão tissular adequada. Entre as principais patologias por ela
responsáveis estão as valvopatias, a hipertensão arterial sistêmica, a
miocardiopatia isquêmica, as miocardites e as pericardites, sendo que algumas
guardam relação com a faixa etária do paciente.
A disfunção sistólica e diastólica são, habitualmente, as causas das
alterações hemodinâmicas e sintomas da insuficiência cardíaca. O
comprometimento sistólico do ventrículo esquerdo é responsável pela maioria
dos casos de falência crônica do coração e pode ser diagnosticado
ecocardiograficamente pela fração de ejeção ventricular esquerda igual ou
inferior a 0,40. A disfunção diastólica é caracterizada por sintomas de
insuficiência cardíaca com a fração de ejeção preservada (habitualmente >
A disfunção neurohormonal, da qual fazem parte, principalmente, a
hiperatividade dos sistemas adrenérgico - determinando um estado tóxico
adrenérgico sobre os cardiomiócitos - e renina-angiotensina-aldosterona, o
aumento plasmático da arginina-vasopressiva e do fator natriurético atrial é
semelhante nos dois tipos de disfunção ventricular, e nos permite caracterizar a
insuficiência cardíaca como uma endocrinopatia e, em uma fase adiantada,
como uma doença sistêmica da qual participam algumas citoquinas que
comprometem a função cardíaca. A presença TNFα, nos casos avançados da
doença, determina algumas manifestações clínicas semelhantes às da síndrome
Em relação ao prognóstico, ele é melhor quando a disfunção do
ventrículo esquerdo é sistólica, e a terapêutica depende fundamentalmente do
O tratamento da disfunção diastólica do ventrículo esquerdo
fundamenta-se em medidas que reduzem os sintomas congestivos, como os
diuréticos e nitratos. Deve-se observar, contudo, que o uso excessivo destas
drogas pode reduzir significantemente o volume diastólico final do ventrículo
esquerdo com conseqüente redução do débito cardíaco e aparecimento de
hipotensão arterial sistêmica. Medidas terapêuticas que possam atenuar as
conseqüências dos processos patológicos iniciais, que levaram à disfunção
diastólica são objetivos que devem estar sempre em mente. Uma vez que na
hipertrofia do ventrículo esquerdo o espessamento de sua parede, e
conseqüente redução da sua distensibilidade, são freqüentes e determinantes
da disfunção diastólica, as drogas que reduzem a massa ventricular e a
hipertrofia melhoram a função diastólica tem sua indicação1,2.
Na cardiopatia hipertensiva com disfunção diastólica do ventrículo
esquerdo, os bloqueadores de canais de cálcio, inibidores de enzima conversora
de angiotensina e β-bloqueadores1,2 diminuem a massa do ventrículo esquerdo
e melhoram a função diastólica desta câmara. Em pacientes com miocardiopatia
hipertrófica, o verapamil, o marca-passo DDD mantendo o intervalo PR curto e a
disopiramida podem melhorar os sintomas de insuficiência cardíaca. Em
determinados pacientes pode-se recorrer à miomectomia, com ou sem troca da
valva mitral. A miocardiopatia isquêmica de longa evolução é outra importante
causa de insuficiência cardíaca por disfunção da diástole do ventrículo
esquerdo. A melhora da isquemia é importante no tratamento, usando-se para
este fim os nitratos, os β-bloqueadores e os bloqueadores dos canais de cálcio3,
e em casos selecionados, a angioplastia coronária e a revascularização do
As drogas que reduzem a fibrose intersticial, por menor síntese de
colágeno pelos fibroblastos, como antagonistas da aldosterona, não
demonstraram eficiência no tratamento de disfunção diastólica do ventrículo
esquerdo. Em vista da taquicardia poder reduzir o enchimento diastólico
ventricular, piorando a insuficiência cardíaca, deve-se manter a freqüência
cardíaca dentro dos valores ideais utilizando-se β-bloqueadores1 ou
amiodarone4,5 e, em algumas eventualidades, recorrer à ablação por
radiofrequência com cateter de pontos específicos do sistema de condução.
O tratamento inicial de pacientes sintomáticos com disfunção sistólica do
ventrículo esquerdo consiste no uso de diurético, digital6 e inibidores da enzima
conversora de angiotensina II (ECA). O uso prolongado de diurético isolado está
associado a alterações hemodinâmicas adversas e à ativação indesejável de
mecanismos neurohormorais, tais como aumento de atividade adrenérgica, do
nível de vasopressina-arginina, e à maior atividade do sistema renina-
angiotensina. O digital isolado não melhora o prognóstico de pacientes com
disfunção ventricular sistólica, embora diminua o número de internações e
melhore a qualidade de vida6. A adição de inibidor da ECA ao digital e diurético
efetivamente melhora o prognóstico dos pacientes com insuficiência cardíaca.
Não havendo tolerância az esta dçroga, e não surgindo complicações, a
hidralazina e o dinitrato de isosorbide devem substituí-la. Inibidor da ECA deve,
portanto, sempre que possível fazer parte do esquema terapêutico por melhorar
a sintomatologia, a qualidade de vida e a perfusão miocárdica, corrigirem as
alterações neurohormonais e atenuar a remodelação ventricular e vascular. Ao
ser introduzido deve-se reduzir a dose de diurético, diminuindo-se assim, o nível
de renina plasmática e conseqüentemente a possibilidade de hipotensão
arterial. A dose deve ser a maior possível tolerada pela paciente, no que diz
respeito ao nível pressórico, a função renal, à hipercalemia, e a outros possíveis
Os bloqueadores dos receptores AT 1 da angiotensina II teoricamente
poderão ser úteis no tratamento da insuficiência cardíaca por disfunção sistólica,
em substituição aos inibidores de ECA7, com a vantagem de não acarretarem
tosse e que vias alternativas mantenham a angiotensina II em nível prejudicial
sem contudo aumentar a meia vida da bradicinina benéfica no paciente com
Havendo refratariedade à terapia tríplice, bloqueadores de canal de cálcio
podem ser úteis. A amlodipina8 e a felodepina3 parecem ser bem toleradas por
pacientes com miocardiopatia dilatada isquêmica ou não; o emprego destas
drogas poderá melhorar a sobrevida dos pacientes3,8.
Alguns estudos têm demonstrado que os β-bloqueadores associados ao
esquema tríplice podem melhorar a função ventricular esquerda sistólica1,9,10, e
conseqüentemente os sintomas, a classe funcional e a sobrevida dos pacientes
por reduzirem o efeito tóxico das catecolaminas, em nível elevado, sobre o
sistema adrenérgico dos cardiomiócitos aumentando a densidade e
sensibilidade dos β-receptores destas células do coração. Realmente, após 3
meses do uso destas drogas em pacientes Classe funci onal II e III constata-se
aumento de mRNA para síntese de β-1 receptores nestas células. O benefício
do uso prolongado de amiodarone na disfunção do ventrículo esquerdo com
insuficiência cardíaca ainda não foi definitivamente estabelecida4,5. Em alguns
estudos com esta droga, a melhora na sobrevida não foi observada, e em outros
uma importante redução no risco total de mortalidade, mortalidade por
insuficiência cardíaca e por morte súbita foi constatada, deve-se considerar a
possibilidade de acrescentar amiodarone ao esquema tríplice, quando há
arritmia cardíaca, principalmente ventricular, e freqüência cardíaca acima de 90
Em pacientes edemaciados, além do tratamento tríplice e do uso de
drogas inotrópicas por via endovenosa, a diálise com ultra-filtração tem se
mostrado eficiente, melhorando a sintomatologia e a mortalidade. Em um grupo
selecionado de pacientes, com insuficiência mitral e/ou tricúspide, o emprego de
marca-passo DDD com intervalo PR curto para reduzir o refluxo sistólico mitral
Deve ser ressaltado que o emprego de inibidores da ECA ou de β-
bloqueadores deve ser o mais precoce possível em relação ao início da doença
cardíaca. O transplante cardíaco é o mais eficiente tratamento para insuficiência
cardíaca grave refratária. É, contudo, disponível apenas a um pequeno grupo de
pacientes e, portanto, a terapêutica clínica deverá ser sempre considerada. A
cirurgia redutora de Batista tem melhorado a qualidade de vida, a função
ventricular e a sobrevida de pacientes com miocardiopatia dilatada refratária ao
tratamento clínico, em substituição ao transplante cardíaco. Contudo, por ser um
procedimento ainda recente, seus resultados necessitam de uma análise a
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