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POL | Economia | Sampaio desafia empresas tradicionais a inovarem
Sampaio Desafia Empresas Tradicionais a Inovarem
O Presidente da República, Jorge Sampaio, desafiou ontem os sectores
tradicionais da economia portuguesa, a par da "engenharia clássica", a inovarem
os seus produtos e serviços, à semelhança do que estão a fazer as novas empresas
de tecnologia. "Precisamos de inovar nos sectores clássicos e de crescer nos
sectores mais novos", disse no final do primeiro dia da Presidência Aberta
dedicada à inovação que ontem teve início na região do Porto.
Sampaio citou a Efacec, empresa ontem por si visitada em Leça do Balio, como um exemplo de inovação na produção tradicional: a empresa adaptou o fabrico de transformadores trifásicos às novas regras de segurança do transporte ferroviário, em consequência da tragédia da Ponte de Entre-os-Rios, e em vez de o produto sair da fábrica na sua versão acabada, em peça única, é agora transportado por fases e montado apenas no local de instalação.
Considerando que no Porto "há vários mundos" - o presidente esteve em empresas tradicionais e outras de "ponta" -, Sampaio recomendou uma aposta na engenharia mas também no capital de risco. "Senão não se avança", explicou. Logo de manhã, após visitar diversos departamentos das Faculdades de Engenharia e de Ciências da Universidade do Porto, o Presidente tinha chamado a atenção para a obrigatoriedade de interligar cada vez mais as universidades com as empresas. E ficou surpreendido quando lhe foi dito, na Faculdade de Engenharia, que a contribuição das empresas representa apenas 15 por cento das verbas orçadas para investigação na área da automação e da microelectrónica. "Enquanto as empresas financiarem tão pouco a investigação, também não vão a lado nenhum", acrescentou.
. Efeito Prozac
Sampaio explicou, na altura, que não foi por acaso que iniciou uma Presidência
http://jornal.publico.pt/2003/04/22/Economia/E02.html (1 of 2) [22-04-2003 10:01:53]
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Aberta dedicada à inovação na semana que antecede as comemorações do 25 de Abril: "Se não vamos lá desta maneira [inovando], não vamos de todo". "Escolhi esta área porque julgo que é o futuro de Portugal", acrescentou, considerando que o modelo de desenvolvimento tradicional, que assenta na mão-de-obra barata e no baixo investimento, "está esgotado". O país é pequeno, tem poucos recursos, mas tem "pessoas" - nas quais o Presidente gostaria que fosse feita uma aposta maior. Recordou, na presença do ministro Pedro Lynce, que Portugal investe quase tanto em educação como a média dos países europeus, mas que as empresas nem sempre aproveitam da melhor forma os recursos humanos.
Apesar de Jorge Sampaio ter negado que esta iniciativa se destina a produzir um efeito "tipo Prozac", nota-se, da sua parte, uma vontade de mostrar os casos de sucesso em inovação que ocorrem no tecido universitário e empresarial português, numa conjuntura que é de recessão e que está a ser acentuadamente marcada pelos riscos cada vez maiores de transferência dos centros de decisão para mãos estrangeiras.
Ontem, na região do Porto, o Presidente visitou também o Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI) - que, entre outros, concebeu o esquentador inteligente da Vulcano e está agora a desenhar um modelo de dimensões bem mais reduzidas - e o Parque Tecnológico da Maia, que alberga empresas recém constituídas como a Multiwave Networks (lasers e fibra óptica), Mog Solutions (televisão digital) e Chipidea (microelectrónica). Hoje, Sampaio passa o dia em Aveiro e na Marinha Grande para ver os casos de sucesso da Vulcano e também
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